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sábado, 25 de julho de 2009

O haxixe, perigo real na esquizofrenia


É uma ideia comum julgar o haxixe (marijuana, erva, haxe, cannabis, etc…) uma droga algo benévola, menos nociva do que outras, chamadas “duras”, sendo esta tida como “leve”. Esta noção é relativa. Com efeito o haxixe, em contraste com o senso comum, pode ser altamente prejudicial à saúde mental de algumas pessoas.


Esta substância, cujo um dos princípios activos é o tetrahidrocannabinol (THC), tem efeitos no Sistema Nervoso Central e no organismo em geral. O jovem é mais predisposto a utilizar estas substâncias, pelo natural aliciamento, pela curiosidade, pelo desejo de experimentar, pela tendência a imitar, para ser diferente, como falso antídoto para problemas emocionais ou afectivos, etc. O uso ocasional, em pequena dose, tem prejuízos significativamente menores que o abuso regular, em maior dosagem. A droga pode perturbar o desenvolvimento saudável da personalidade, na fase crucial da adolescência, criando uma atmosfera ilusória de harmonia e auto-satisfação paralisante, de mergulho numa imaginação desligada da vida, em suma, estéril e autista. A motivação para acção reduz-se, limitando as condições para a formação da personalidade e para a adaptação criativa à vida social e académica.


A Cannabis tem um efeito mais ou menos acentuado sobre a percepção, as ideias, o estado de ânimo e a energia. O uso da substância visa um bem-estar, um estado de paz, de centralização em si próprio e de afastamento do mundo exterior. Mas pode produzir-se um estado de maior alheamento que resulta numa despersonalização e por vezes uma bad trip (má viagem) ou mesmo num estado psicótico com alucinações e delírios.


É necessário ter em conta que os efeitos desorganizadores da Cannabis em doses maiores, utilizadas num período mais longo, podem contribuir para graves perturbações psicopatológicas, desencadeando uma esquizofrenia em pessoas predispostas e agravando o estado mental de pessoas psicóticas, que tentam usar a substância para aliviar a angústia.


O haxixe é um factor patogénico que acentua fragilidades, que pode levar à doença ou precipitar uma recaída num doente compensado. O prognóstico da doença vê-se agravado; numa pessoa que poderia recuperar e estabilizar, o haxixe impede a acção dos anti-psicóticos e contribui para uma linha descendente, com agravamento dos sintomas da esquizofrenia e maior desadaptação social.


Vários estudos internacionais de grande crédito põem em evidência que o uso regular de haxixe multiplica por quatro o risco de esquizofrenia. A nossa experiência confirma estes estudos. É muito frequente nos internamentos de doentes com psicose esquizofrénica aguda, particularmente do sexo masculino, detectar consumos de haxixe.


Cuidado com esta droga. Não é leve! Pode ser muito pesada, afundando a pessoa na doença e contribuindo para a deterioração do bem mais precioso, a Personalidade. E do órgão da mente, o cérebro…


Dr. José Manuel Jara

(Originalmente Publicado no EMPATIA #5 de Dezembro de 2006)

1 comentário:

  1. Caros amigos,
    Tenho dois filhos gémeos que tardiamente (aos 27 e 29 anos)tiveram surtos psicóticos sendo ao que parece esquizofrenia.

    Procuro arduamente formas de os ajudar em adicção à psiquiatria e psicoterapia.

    A associação parece-me ser uma boa oportunidade.
    Poderei saber como aderir e oiutras informações?

    Os melhores cumprimentos

    Fernando Heleno

    f.heleno@netcabo.pt

    Tel: 961733644

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