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sábado, 25 de julho de 2009

O meu filho doente mental e eu, Mãe


Como mãe de um doente que sofre de uma esquizofrenia grave e crónica, o que poderei dizer muito resumidamente, é que o meu sofrimento não tem tamanho, como tamanho não tem o sofrimento de qualquer mãe que se encontre nas minhas condições.


Sofro com o sofrimento do meu filho Luís Alexandre, como sofro por me sentir impotente para lhe aliviar o sofrimento, principalmente porque os medicamentos não actuam como seria desejável que actuassem. E, tenho ainda que ser forte para que ele - o meu filho - não se aperceba da minha fraqueza e desgaste como ser humano que sou. Não tenho vida própria, aliás não vivo. Faço da vida um teatro, rindo quando o que sinto é vontade de chorar, chorando apenas intimamente, porque a isso me habituei.


Quando, por vezes, o meu filho tem comportamentos diferentes e indesejáveis, que não teria se a sua mente fosse saudável, sinto-me incomodada, como é óbvio, com os seus comportamentos, tendo ainda que carregar com a ignorância de pessoas que estando por fora dizem: “Se fosse meu filho eu fazia isto, fazia aquilo, o que ele precisa é ir trabalhar. E isto quando não dizem:” A culpada é a mãe que não soube dar-lhe educação”… enfim tudo que lhes ocorre dizer, pela ignorância resultante da falta de informação que existe acerca da doença. São “mimos” aos quais já não ligo a mínima importância, porque a eles me habituei a ouvir, e o mesmo acontece, decerto, com todas as mães de doentes mentais. Elas, tal como eu, já se habituaram a ouvir.


Que dizer mais em tão curto espaço? Fica tanto que dizer… Pessoalmente resta-me viver na esperança de que a ciência avance no sentido da cura da esquizofrenia, como tem avançado em relação a outras doenças. Tenho fé em Deus que assim venha a acontecer.


Fogo que o meu peito queimas sem arder

Onda que vens e que vais e que de tanto bateres, me fazes doer

Não pensem que me podem derrubar

Eu quero, eu posso

Mesmo que caia, me hei-de levantar

Porque eu quero, eu posso, eu tenho de viver.


Lisete Canas


(O filho esteve muito tempo sem tratamento por ter abandonado o país numa fase de crise das sua doença, por um período longo. Apesar de ser pessoa muito inteligente a sua personalidade deteriorou-se acentuadamente)

22 comentários:

  1. Espero que o seu filho melhore, assim como anseio ter um diagnóstico para o meu irmão...

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  2. Admiro a sua coragem. Ja eu nao a tenho. Meu irmão é agressivo, nao respeita ninguém da família, nós que cuidamos dele, e passados 17 anos, suportá-lo é difícil. Ele não trabalha, só come, dorme e exige. Minha mãe sofre demasiado, e temo perdê-la um dia nas mãos dele. Não há instituições públicas que possam tomar conta dele, e a única privada que conheci é acima das nossas posses. A Fé acompanha-nos mas a Esperança, essa, foi-se há muito...

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    1. Aqui em casa acontece a mesma coisa e vc falou as mesmas palavras que meu filho de 19 que me ajuda, o que faz tratamento tem 22. Mas é igualzinho ao seu irmão. Já faz 05 anos que ele se encontra assim. A mim, que sou mãe, o que mais dói é vê-lo sem viver a vida e não poder fazer nada pra ajudar... É muito triste, chega a ser desolador... Se não fosse minha fé nem sei o que seria de nós.

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  3. Se servir de consolo dizer-lhe... como a entendo...que tenho um irmão que tem a mesma doença e infelizmente não tem apoio familiar, por varias razões. Eu, apenas consigo sofrer por ele, não consigo fazer com que ele perceba que o amo muito, que a unica coisa que eu quero é que ele viva bem. Não tenho meios nem para o curar nem ajudar nesta terrivel doença. Como sabe, primeiro que o "sistema" perceba que estes seres humanos precisam de estar ocupados, que podem ser uteis a fazer tantas coisas, quando ajudados por tecnicos e equipas de saude, primeiro que percebam que se não forem tomadas medidas de prevenção o futuro deles é a rua e quem sabe o pior...Sei que muito mal podia ser evitado se se acreditasse que a esquizofrenia é uma doença muito grave, que devia existir oficinas ocupacionais que os tornassem produtivos e os arrancassem da solidão, porque como diz o ditado: "mente desocupada é oficina do diabo". Vamos acreditar que vai aparecer alguem que nos vai ajudar antes que seja tarde.

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  4. O meu irmão também só come, dorme e exige...Não sei o que fazer e é insuportável a absoluta incompreensão e desconhecimento do que as famílias de pessoas com esquizofrenia passam. Penso que aqui a medicina falhou...nada me faz parecer que ao menos a medicação o alivie a ele, e muito menos a nós...

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  5. Compreendo e sinto tudo o que aqui está relatado. Também eu tenho um irmão com esta doênça...o que me faz aprender muito (e passar tantas tempestades e dias e noites sem dormir). Passo por isto há 20 anos...e aprendi a viver um dia de cada vez. Muita força para todos!!!!

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  6. SOFRO DA MESMA ANGUSTIA,MAS MEU FILHO,MARAVILHOS É DOCIL,MEIGO E AMOROSO.SOFRE COM AS ALUCINAÇÕES VISUAIS E AUDITIVAS,MAS TEM UMA ÍNDOLE ÓTIMA,É CARINHOSO E AMOROSO,NÃO SUPORTO VÊ-LO SOFRER,MAS TENHO QUE MOSTRAR FORÇA PARA ELE SER FORTE.E MEU AMOR AUMENTA A CADA DIA.É SO COM AMOR QUE SE CONSEGUE SUPORTAR.FORÇAS E LUZ A TODOS.

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  7. Lisete Canas por incrível que pareça você relatou tudo que gostaria de falar. Tenho um filho que tem esquizofrenia hà sete anos. Temos que continuar lutando por mudanças drásticas a respeito dessa doença, pois o precoceito é muito grande. Quero continuar encontrando meios que nos ajudem a enfrentar tudo isso.Vamos continuar mantendo contato e procurar meios de mudar o futuro dessas criaturas de Deus terem espasso para viver melhor.Temos que mobilizar as autoridades no assunto. Que preparem lugares melhores e muito mais pessoas especializadas. Estou nessa luta, pode contar comigo...

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  8. entendo - a tão bem... tenho uma filha com esse problema há 12 anos e ela agora já tem 34.Não se tem vida propria, nem o doente nem o cuidador.Preciso de ajuda, neste momento já não aguento mais, estou arrasada.O meu contacto é 969904975 eu sou a Carla.Onde procurar apoio?
    Um abraço e muita coragem

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    1. Há um psiquiatra especialista em esquizofrenia em SP. O nome dele é Helio Elkis. É dos bambambans no assunto. Minha irmã consulta com ele. Recomendo.

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  9. Sou do Brasil. O sofrimento de ter um filho com transtorno mental não tem pátria. O sofrimento é igual no mundo inteiro. Meu filho é lindo, amável, de boa índole... Já foi internado duas vezes. Tem 26 anos. Está estável agora, mas sua vida resume-se a dormir, comer e assistir TV. Pouco fala e tem um semblante triste. É como se tivesse desistido de tudo. Não trabalha, não estuda...
    Como sofremos. Estamos sempre buscndo algo que possa ajudá-lo, mas quando encontramos é demasiadamente caro e como não somos ricos nada podemos fazer, a não ser AMÀ-LO.

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  10. Os governantes e médicos psiquiatricos não são sensiveis a tanto sofrimento de uma mãe que todos os dias vive na maior dor a ter medo do próprio filho e a levar pancada dele.Pior ainda quando a doença já dura 25 anos.

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  11. É muito difícil lidar com estes doentes, porque na maioria das vezes não reconhecem que estão doentes e sentimo-nos impotentes para os ajudar. O meu marido tem esquizofrenia há sete anos e na nossa vida tudo mudou...Tenho dois filhos ainda pequenos, e é doloroso lidar com a frieza de sentimentos no meu marido. Ele não se preocupa se tem um filho doente! Os meus filhos sabem que não podem contar com o pai pois ele acaba sempre por os desiludir. Ele não se preocupa se eu não estou bem! É uma frieza muito grande e eu não sei lidar com ela...As irmãs do meu marido fazem negação da doença. Quando procuro apoio junto delas, acham que ele está bem e que estou a exagerar! Estou com ele pelos meus filhos, mas não sei até quando vou aguentar!!! É tão difícil!

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  12. Sei bem como é todo essas situações citadas. O meu filho está doente desde os 18 anos, está agora com 34 anos. Como a doença estava digamos estabilizada, já fazia algum tempo que êle estava sem remédio. Nestas últimas semanas tudo se agravou, êle voltou a ficar agressivo quebrando as coisas dentro de casa nos ameaçando fazia tempo que isto não acontecia. Trabalho fora, meu outro filho faz faculdade à noite, minha mãezinha tem 85 anos, ás vezes se faz necessário que ela fique só com êle. Na 3ª procurei a médica dele, e êle voltou a tomar medicação, mesmo assim hoje sábado ainda teve um início de agressividade. Há vezes que eu fico desesperada, só Deus pode nos ajudar a seguir em frente nesta caminhada. Nós temos que lembrar que Êle nos dá o fardo que possamos carregar. Que todos os irmãos que colocaram seus sofrimentos aqui pensem em Jesus sempre. Que Deus abençõe, proteja e fortaleça a todos nós. Que assim seja!

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  13. faz dois meses que descobri que meu filho com 20 ano tem esquizofrenia e agora nao sei o que fazer pois sou eu que sustendo minha casa ganho pouco nao tenho como paga uma cuidadora para ele e aqui na minha cidade nao tem luga que eu possa deixa-lo por favor me responda o que eu poderia fazer

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  14. Como nos relatos acima, minha filha foi recentemente diagnosticada e gostaria de saber se há alguém de Belo Horizonte, ou Grande BH para que possamos formar um grupo de apoio.

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  15. sou do estado da bahia descuprir que meu filho era portador dessa doênça a 1 ano e meio agora ele tem 14 anos todos os relatos acima s
    ao iguais aos meus, e muito sofrimento para uma pessoa graça a Deus sua situação está estável mais sofro muito principalmente pela himpotência de não poder cura-ro vivo um dia de cada vez sempre preocupado em faze-lo feliz dando atividades a ele mais penso muito no futuro e sofro com isso a todos desejo boa sorte e que Deus nos conforte e nos dee sabedoria ,paciencia e força para suportar tudo em seu santo nome

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  16. Abandonei um familiar esquizofrenico grave, crônico e violento. Sei que ele não é responsável, mas não me arrependo, nem tenho vergonha. Além de ser demais para mim, eu não tenho qualquer competência para ajudá-lo. Isso é assunto de médicos. Internação prolongada (em condições decentes, bem entendido) é a meu ver a única saída para casos extremos. Existem problemas tão incapacitantes quanto a esquizofrenia que evolui da pior forma possível. E os portadores desses problemas em geral permanecem internados.

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  17. Janeiro de 2013- 22hrs19min.
    Descobri que meu filho tem esquizofrenia há 3 meses. É muito doloroso, porque todas as nissas expectativas de uturo em relação ao trabalho e estudo ficam limitados. JP tem 20 anos, cada dia é um dia diferente que preciso aprender com ele, ajufá-lo no seu universo. Sou professora e junto com meu marido, parei de trabalhar um horário para estar com ele. Tenho duas meninas de 19 e outra de 13.É preciso ter muito amor para ajudá-lo e tb ajudar a si própria e os demais de sua família. Meu filho é tranquilo, já teve momentos agressivos com as irmãs, mas com muita conversa e diálogos e também chamamentos de sua atenção para o que ele estava fazendo com elas iria agravar ainda mais a situação de todos da família e a dele também. Está em tratamento com psiquiatra e faz terapia, mas não é fácil financeiramente. Estimulamoss ele o tempo inteiro a fazer algo. Com muito custo conseguiu terminar seus esstudos que parou umas duas vezes. No ano passado demos início com ele no curso de aula de violão onde ele apresentou sua primeira audição, tb conseguimos colocá-lo em um curso com a ajuda da terapeuta que faz um acompanhamento com ele, sempre ligando para o curso para saber sobre seu desempenho. Mães e familias de um modo geral, não desistam, estimulem a se sentirem capazes de realizarem pequenas coisas, a ajudarem em casa. Neste ano estamos com um projeto de fazer junto com ele uma visita ao hospital infantil paa contar histórias, levar jogos educativos para crianças que não recebem visitas e que precisam de amor tanto quanto eles. acredito que ele vai se sentir sensibilizado, amado ao fazer uma criança sorrir, eu converso muito com ele. Entro na internet e jogo com ele jogos de QI, palavras cruzadas, caça-palavras, tento tirar o máximo ele do quarto, pq realmente eles só comem, bebem e dormem. Falo da responsabilidade de continuar o tratamento. Digo a ele que a esquizofrenia( ele soube agora antes do natal sobre este transtormo) não sei se tem ainda uma compreensão sobre esta doença, mas nós tb não sabemos, nem tão pouco os médicos. O poder da mente é um mistério que compete a Deus, então só peço a Deus que contenha as crises e que nos ajude a amar com o amor dele, assim como Ele amou seu filho.

    A esquizofrenia é uma doença, assim como a diabete e outras mais graves ou não que precisam ser controladas e os acometidos precisam aos poucos tomarem consci~encia do que está acontecendo consigo. Digo ao meu filho que ele precisa tomar remédio para o resto da vida, assim como um paciente com uma doença precisa, e ai vai a nossa conversa... . Gente não é fácil, dói demais, mas Deus só da o que podemos suportar. Vamos fazer um blog, um facebook para trocarmos experiências.
    Um abraço para todos e não desanimem, eles precisam de nós.

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  18. Meu irmao tem esquizofrenia há 10 anos.De um ano pra cá,esta muito agressivo.Ja agrediu os pais ao ponto deles saírem de casa,pois estava perigoso mata-los.Esta com delírios que nao passam.Alguem ja passou por isso?

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  19. Eu já passei por isso várias vezes.Já não consigo viver vegeto com a doença dele, O meu coração já não aguenta tanta dor. Sou zsó com ele. A família ignora-nos. Como a minha vida é
    insuportável. Se não fosse a minha fé em Deus já me tinha suicidado, No entanto não sei o que farei porque o sofrimento não tem limites

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  20. Um verdadeiro inferno !!!! Eles são sim perigosos , agridem , humilham são egoistas , exigem , magoam ,são perigosos sim !
    Fazem da vida da familia , um inferno ! médicos muito falam e nada fazem ...não são eles que convivem , e parem de maquiar essa doença , que e terrivel e coloca a vida das pessoas em risco !!!!!!!! Eu acho que uma pessoa que tem esquifofrenia tem que ser esterelizado , pra nao ter filhos e acabar com essa doença maldita ..

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