A AEAPE já não existe!

A AEAPE estava sediada no Hospital Júlio de Matos, em Lisboa, Portugal, Europa.
Esta associação foi dissolvida em Outubro de 2010 após decisão em Assembleia Geral.

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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Como conviver com um familiar doente com Esquizofrenia?

O que hei-de fazer?
Para muitas pessoas é difícil lidar com a doença mental, porque não conseguem compreender que é uma doença. Pelo senso comum é mais fácil reconhecer uma doença física como doença. Há que não esquecer que a doença mental é doença na plena acepção do termo e tem também causas no organismo, nomeadamente por alterações do funcionamento do cérebro. A doença não é “mau feitio”, nem maldade!

Lembre-se de que não conseguirá ajudar alguém doente se o culpar por estar doente ou se se culpar a si. Procure obter conhecimentos sobre a doença e o seu tratamento. Ficará mais bem preparado para ajudar o seu familiar a melhorar. A Associação de Apoio e Educação na Esquizofrenia (AEAPE) pretende contribuir para um melhor conhecimento prático da doença de modo a melhorar a relação com as pessoas doentes.

Como lidar com alguém que sofre de doença mental?
É natural que não saiba muito bem o que fazer, mas comece por tentar colocar-se no lugar da outra pessoa. Como é que gostaria que o tratassem a si? A pessoa que sofre de esquizofrenia ou de outra doença mental sentirá provavelmente o mesmo. Fale e actue com naturalidade e não tema cometer erros.
Se se sentia ligado/a a quem está agora doente, por laços e sentimentos de afecto, não receie continuar a exprimi-los. Se era reservado no modo de comunicar não modifique a maneira de ser com manifestações exageradas que podem ser vistas pelo doente como artificiais e intrusivas. Mantenha-se como é habitualmente para criar à vontade na relação humana.

Como encarar os conflitos?
Todas as famílias têm conflitos. Ao enfrentá-los com paciência e compreensão será possível encontrar uma solução antes de ficarem fora de controlo. A ocorrência de uma doença mental num familiar será um acréscimo de stress para as habituais tensões de casa. É pois necessário desenvolver esforços para contrariar os seus efeitos.
Será necessário manter a coesão da família e uma comunicação regular e aberta entre todos, encarando as soluções possíveis para as dificuldades surgidas.
A pessoa doente está fragilizada, controla-se menos bem, tem emoções desencontradas, pode estar mais agressiva e tolerar mal as frustrações, sentindo facilmente que é rejeitada. Uma relação em que os familiares estejam sempre a fazer críticas, apreciações negativas e expressões de desagrado irá ter efeitos muito prejudiciais para a saúde mental da pessoa afectada e em risco de novas crises. A irritabilidade e agressividade, nas palavras, nos gestos e nas atitudes, alimentam num círculo vicioso, o mesmo comportamento no outro.
Um ambiente construtivo, em que há tolerância e condescendência para as coisas menores, criará condições para uma responsabilização em relação ao essencial. Muito errado seria a família fechar-se sobre si, por vergonha, isolando-se da sociedade, com o consequente empobrecimento da vida de relação.
Adaptado de Folheto "Saber conviver com um familiar doente: Conselhos à Família"
Dr José Manuel Jara (AEAPE 2003)